Nosso primeiro ponto de parada obrigatória era o Museu – Casa de Nicolau Copérnico (Muzeum Toruń Mikołaja Kopernika). Estávamos muito empolgadas. O museu havia passado por obras de modernização nos últimos tempos e foi reaberto ao público em junho de 2018, com uma mostra bastante curiosa e interativa. Ao percorrer a exposição, observamos como os conceitos do que é a Terra e o seu papel no universo foram sendo ampliados ao longo dos séculos através das contribuições de filósofos, navegadores, astrônomos e pensadores. Outro ponto bastante interessante mostrado pela exposição é como o avanço das tecnologias permitiu a criação de instrumentos cada vez mais precisos para comprovar na prática as teorias elaboradas previamente.
A exposição conta ainda a história de vida de Copérnico. Foi incrível descobrir alguns fatos menos conhecidos sobre a biografia do cientista. Copérnico iniciou seus estudos superiores em Cracóvia no curso de medicina. Mas foi depois para a Itália, onde estudou direito canônico, aprofundando seus conhecimentos sobre matemática, filosofia e astronomia. Percebemos o seu espírito inquieto e brilhante sempre em busca de respostas e de movimento.
Seu livro Das Revoluções dos Corpos Celestes, publicado em 1543, foi uma obra revolucionária. Copérnico expôs a teoria heliocêntrica, explicou a origem dos equinócios e das estações. Isso pode parecer hoje para nós bastante óbvio. É difícil imaginar que um dia foi diferente e que acreditava-se que a Terra era plana, imóvel e que constituía o centro do universo. Algo que me marcou muito na exposição foram duas salas colocadas lado a lado – a primeira mostra o interior de uma residência antes do período das navegações e descobertas de terras além-mar. A segunda mostra o interior de uma residência logo depois que a noção do que era o planeta Terra se ampliou. Num primeiro olhar foi difícil notar as diferenças. Mas, aos poucos, pude perceber os objetos de decoração de origem oriental, gravuras de terras longínquas. Hoje viajar é tão simples. Naquele tempo lançar-se ao oceano e ir em busca de terras desconhecidas era para os realmente corajosos!
Após essa visita, caminhamos até a praça do mercado na cidade velha para encontrar um lugar para almoçar e se aquecer. A próxima visita estava programada para às 14 h e assim aproveitamos um pouco para descansar e apreciar a vista do casario antigo de Toruń. Nossa próxima parada era o Museu Vivo do Gingerbread (Żywe Muzeum Piernika). Nós simplesmente amamos esse museu – e, como é um museu vivo do biscoito, não tem como escapar, todos têm que pôr a mão na massa – literalmente! Recomendo fazer a reserva com um dia de antecedência pelo menos e não usar roupas pretas durante a visita (cozinheiros entenderão). Ele tem apenas uma sessão diária com tradução para o inglês e pudemos perceber que as sessões lotam!
A visita a esse museu é como uma viagem no tempo. No primeiro andar, somos “contratados” para trabalhar em uma oficina medieval de produção de biscoitos. Aprendemos os ingredientes secretos para fazer um verdadeiro e saboroso gingerbread (infelizmente não podemos revelá-los aqui, pois fizemos um juramento de confidencialidade da fórmula) e todos os detalhes importantes relacionados ao ritual de feitura da massa. Depois disso, é claro, preparamos nossos próprios biscoitos. Algo que nos surpreendeu muito é que as fôrmas usadas antigamente eram de madeira – e elas são tão lindas e cheias de detalhes! Eu tive a sorte de pegar a fôrma do Museu – Casa de Nicolau Copérnico. Depois que os biscoitos são assados, viajamos mais alguns séculos no tempo e fomos parar no segundo andar, no início do século XX, onde a produção do gingerbread já contava com algumas máquinas para prepará-los em grande escala. Nesse momento, a decoração dos biscoitos passa a ser um aspecto estético importante e é possível aprender a decorá-los com um expert no assunto.
E aqui gostaria de fazer uma observação: em Toruń os biscoitos gingerbread são tão famosos, que há dois museus do Gingerbread! Além do que visitamos, há também o Museu do Gingerbread de Toruń (Muzeum Toruń Muzeum Toruńskiego Piernika). Como passamos apenas um dia na cidade, acabamos não visitando esse museu, bem como outros pontos importantes. Nós nos apaixonamos por Toruń e queremos voltar – certamente há muito ainda para explorar! Se você vier para a Polônia e quiser visitar algo além das cidades mais conhecidas como Cracóvia e Varsóvia, fica a nossa dica – não deixe de ir para essa linda cidade medieval.
Fiquei com muitas saudades de você ao ler o texto! Foi memorável nosso passeio por Toruń!
Obrigada, mamã! Foi mesmo um passeio memorável. Foi incrível visitar esses lugares com vocês! Também estou com muitas saudades <3
Nossa que interessante Camila! Não conheço Toruń ainda e foi ótimo ler seu texto com estas dicas! Dziękuję bardzo!! 🙂
Cieszę się bardzo 🙂 Você precisa conhecer, Everly, é uma cidade muito linda, uma verdadeira jóia! Vale muito a pena. Dá pra ir de trem de Varsóvia, leva mais ou menos 2 horas e meia.
Eu me apaixonei por essa cidade! Precisamos mesmo voltar lá e colocar o Museu Vivo do Gingerbread de novo no itinerário!! 🙂
Eu também adoro, Gigi! Precisamos mesmo, para revisitar o Museu Vivo do Gingerbread e conhecer outras atrações que não visitamos como o Sobrado sob a Estrela. 😀