Ponta Grossa é a cidade da minha infância, do pôr-do-sol mais nostálgico e onde fica a nossa Terra no Nunca. É o lugar para onde o meu coração sempre volta quando bate a saudade. A segunda cidade que eu amei foi Curitiba. Ela me apresentou novos amigos, me levou a concertos, peças de teatros e exposições. Aprendi muito com ela. Essas são as minhas cidades de longa data. Elas me conhecem bem, são parte de quem eu sou. Mas como incansável viajante também conheci muitas cidades marcantes no Brasil e fora. Seria difícil mencionar todas aqui.
Acho que dentre elas, a mais importante é Varsóvia. A princípio, nunca achei que iria conhecê-la. Depois, inesperadamente acabei por passar lá junto com Gigi Eco um fim de tarde em que percorremos rapidamente a cidade velha. Foi um encontro muito rápido. Lembro vagamente da praça do mercado e das muralhas, onde havia alguns músicos de rua e isso é tudo. Lembro que fiquei um pouco triste por não ter apreendido melhor a cidade, pois achava que não iria vê-la novamente.
Mas como o universo tem os seus caminhos misteriosos, alguns anos depois acabei voltando. Dessa vez por um período mais longo. E Varsóvia é para mim a cidade invencível, com uma força indestrutível. Com ela aprendi a reconstruir. Em Veneza foi onde tive pela primeira vez a nítida sensação de que o tempo congelou e foi também onde aprendi a me perder para verdadeiramente conhecer uma cidade. Foi uma das primeiras cidades famosas internacionais que conheci, e certamente ela me influenciou a conhecer outras.
Em Sonico aprendi sobre a importância das raízes. Lovere nos convidou a seguir a intuição em uma música e a encontrar um tesouro em pinturas feitas com as cores da noite. Roma é e sempre será a cidade eterna, de uma forma ou de outra todos os caminhos retornam a ela. Famagusta é a terra do sol incandescente e de distritos fantasmas, aquela amiga inesperada que te oferece um abraço quentinho. Berlim é a cidade do reencontro. Em Bristol eu refleti sobre o poder de construir pontes. Em Foz do Iguaçu sobre o poder da gravidade.
Quais são as cidades marcantes da sua vida? Que lembranças você guarda delas?
Nossa Terra do Nunca. Our Neverland.
Entardecer em Ponta Grossa. Sunset in Ponta Grossa.
Céu da noite em Curitiba. Night sky in Curitiba.
Autorretrato em Varsóvia. Self portrait in Warsaw.
Gigi Eco em Veneza. Gigi Eco in Venice.
Veneza. Venice.
Em busca das nossas raízes em Breno, próximo a Sonico. Searching our roots in Breno, near Sonico.
Roma, a cidade eterna. Rome, the eternal city.
É sempre bom jogar uma moeda na Fontana di Trevi para garantir o retorno a Roma.
It’s always good to throw a coin at the Fontana di Trevi to ensure a return to Rome.
A cidade velha de Famagusta. Famagusta old town.
A ponte pênsil Clifton em Bristol. Clifton Suspension Bridge in Bristol.
Arco-íris em Foz do Iguaçu. Rainbow in Foz do Iguaçu.
Do you also miss the cities you have been to? I like to feel that every city that I passed by has left memories and feelings in my heart. And the city itself becomes like an old friend, with whom I share in secret everything we lived together. With a few cities I spent long years. I can walk their streets with my eyes closed. With others I shared only a couple of days. Still, some of these brief encounters were striking.Ponta Grossa is the city of my childhood and of the most nostalgic sunsets. It’s where we can find our Neverland. It’s the place to where my heart always goes back when I am longing too much. Curitiba was the second city I loved. It introduced me to new friends, took me to the theatre, concerts and exhibitions. I learned a lot from it. These cities are the closest to my heart. They know me well. They are part of who I am. But as a tireless traveler I also met many other remarkable cities in Brazil and abroad. It would be difficult to mention all of them here.
The most important to me among them is Warsaw. At first, I never thought I would have the chance to see it. Then, unexpectedly, I ended up spending there an evening with Gigi Eco, occasion when we quickly walked through the old town. This first meet was indeed very brief. I vaguely remember the market square and the walls, where there were a few musicians playing and that’s all. I remember being a bit sad that I couldn’t seize better the city, especially because I didn’t think I would see it again.
But as the universe has always its mysterious ways, after a few years I did come back to Warsaw, this time for a longer period. And Warsaw is to me the invincible city with indestructible strength. With it I learned to rebuild. In Venice for the first time I had the clear feeling that time had frozen. It was also there where I learned to lose myself to truly get to know one city. Venice was one of the first international famous cities I visited and it certainly encouraged me to visit others.
In Sonico I learned about roots. Lovere invited us to follow intuition in a song and to find a treasure in paintings made with the colours of the night. Rome is and will always be the eternal city. In one way or another all paths lead back to it. Famagusta is the land of glowing sun and ghost districts. It is this unexpected friend who offers you a warm hug. Berlin is the city of reencounter. In Bristol I reflected on the power of building bridges. In Foz do Iguaçu on the power of gravity.
What are the important cities of your life? Which are your best memories from them?