A morte das listas

Sabem as famosas listas de resoluções de fim de ano? Chegou 2015  e eu decretei a sua morte. Definitivamente. Não por causa de todo aquele mimimi de que listas de resoluções são a prova de nosso futuro fracasso. Todo esse cliché de que listas não levam a lugar algum e que a mudança tem que partir do indivíduo é um tanto cansativo. Sei que não deixa de ser verdade. Mas não faz mal nenhum colocar alguns planos e objetivos pessoais no papel (ainda mais para quem é desorganizado, como eu). 

Pra mim, fazer listas nunca significou enlouquecer porque não consegui cumprir à risca algum item. Sempre segui o princípio da flexibilidade. Via as listas como uma oportunidade de reflexão sobre minha vida. Como uma bússola. Naquele itens, ano após ano, notava pequenas mudanças diárias. O que foi cumprido? O que mudou durante o ano? Quais objetivos sempre permaneceram, fundamentais para meu crescimento pessoal?

Eu era uma adepta desde 2009. Mantinha todas as listas em um caderninho. Todo dia 31 de dezembro eu realizava meu ritual: relia o que tinha escrito exatamente um ano atrás. O que eu cumpri daquilo? O que eu deixei de lado? O que mudou nos meus objetivos? E produzia a nova lista de resoluções para o ano que estava prestes a começar.

Mas no dia 31 de dezembro de 2014 senti que era hora de mudança. Era tempo de iniciar um novo ritual.

Decidi que meu eu futuro merecia um tratamento VIP. Então, resolvi me escrever uma carta. Com direito a flores secas e timbre. “Para a Giovana Montes Celinski de 31.12.2015”, a correspondência foi endereçada.

Às vezes a gente esquece de cuidar da gente. Achei que a Giovana do final de 2015 vai gostar desse agrado. Tenho certeza que vai rir dos meus dramas. Espero que escute meus conselhos e que lute para concretizar nossos sonhos.

Espero que quando ela ler essa carta em 31 de dezembro, que sorria com o coração aberto e que seus olhos brilhem. Que tire sarro dessa garota de 2014, com toda a sua expectativa e drama de fim de ano. Espero que a Giovana do final de 2015 pense: “A-RÁ! Você não imaginava nem nos seus delírios mais loucos que isso ia acontecer”… “Você não tinha certeza, mas aqui está – vivemos nossos sonhos de olhos abertos”!

Pena que eu não vou poder saber o que vai acontecer.

Quem vai ler a resposta dessa carta e saber das novidades é só a Giovana de 2016.

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Written by Gigi Eco
Gigi Eco ama aprender e faz muitas coisas ao mesmo tempo - é jornalista, fotógrafa, professora, rata de biblioteca e musicista por acidente. Ama viajar e é viciada em chás. É a escritora oficial dos cartões de Natal da família. É Doutora em Comunicação e Linguagens pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) e atualmente trabalha no seu primeiro livro de poesias.