Sobre encontrar a beleza nas imperfeições
Afinal, ninguém gosta de compartilhar publicamente os seus problemas e fracassos, seus sentimentos mais sombrios. Isso é natural. No entanto, essa publicidade seletiva e excessiva acaba gerando um problema paradoxal – ao mesmo tempo em que expomos a melhor parte de nossa vida, existe por outro lado a sensação de que nunca somos bons o bastante, a sensação de que nunca estaremos próximos o bastante do padrão que deveríamos alcançar.
É o que a autora Brené Brown chamou em seu livro A coragem de ser imperfeito do problema da escassez. Acredito que muitos assim como eu já se pegaram pensando com frequência “não dormi o bastante”, “hoje não vou ter tempo suficiente para fazer tudo que tinha planejado”, “não me exercitei o bastante”. É aquela sensação de já estarmos para trás antes mesmo de termos começado. Mas por que nos sentimos assim, por que esse sentimento de não suficiência surge para nós de forma tão automática?
Brené Brown aponta nessa leitura reveladora três fatores que colaboram para a sociedade da escassez: a vergonha, a comparação e a desmotivação. Todos eles estão na verdade ligados ao receio da humilhação de no fundo ser alguém comum e ao medo de errar. E todo esse círculo vicioso de pensamento só vem a ser reforçado pelos padrões inatingíveis propagados pela mídia.
Mas e se nós pudéssemos abraçar tudo aquilo em nós que vemos como falhas? Se pudéssemos mudar o nosso olhar, visualizando em primeiro lugar aquilo que somos e aquilo que temos, ao invés de focar naquilo que nos falta? Não estaríamos então sendo verdadeiramente autênticos e mais plenos?
Num post sobre palavras intraduzíveis Gigi escreveu sobre a palavra japonesa wabi-sabi, que significa encontrar beleza nas imperfeições. Perceber o encanto do inesperado. Para sairmos do paradigma da escassez é preciso viver com ousadia, desconstruir hábitos e padrões. É preciso aceitar que a vida tem seus altos e baixos e que errar é parte importante dos nossos processos de aprendizado.
Quem nunca viu uma criança pequena mostrando seus machucados com orgulho – as cicatrizes mostram que sobrevivemos às quedas, que apesar delas seguimos em frente. Se não tolerarmos nossos próprios erros, dificilmente teremos coragem de tentar algo novo, preferindo sempre se manter na segura zona de conforto. Principalmente em áreas ligadas à criatividade e à inovação, assumir o risco de falhar de vez em quando é essencial.
O que você faria se não tivesse medo?
Ca, há muitas coisas que faria se não tivesse medo. A primeira e mais básica é fazer a invertida sobre a cabeça, no Yoga. O texto, emocionante, está me fazendo refletir bastante. Muito bom!
Obrigada, mamã <3 fico feliz que o texto despertou essas reflexões. Sobre a invertida sobre a cabeça, acho que a posição do morceguinho é um bom começo e que uma parede sempre pode ajudar. Tive uma professora que dizia "do chão não passa" rsrs…
Ca, que texto maravilhoso, parabéns! Ele nos faz refletir sobre a vida e nossas escolhas… e em como podemos mudar e enxergar nosso cotidiano a partir de novas perspectivas.
Obrigada, Gigi! Obrigada por ter me emprestado o livro da Brené Brown. Foi uma leitura cheia de insights e reflexões sobre a vida <3
Cami Twój tekst zmusza do myślenia…. Co bym zrobiła gdybym się nie bała? Dużo rzeczy i nie chciałabym się zastanawiać, że za późno, że za duże ryzyko, że już nic nie warto…. Dobrze że są odważni ludzie na świecie bo gdyby każdy, kto uważał że mu się nic nie uda nawet nie spróbował, to gdzie bylibyśmy dzisiaj? Myślę, że najpierw trzeba się zaangażować a wtedy być może odwaga przyjdzie sama.
Brawo Cami za ten tekst!!!
Dziękuję, Ewa 🙂 Cieszę się, że tekst zachęcił do myślenia. Myślę, że strach ma swoją rolę, aby chronić nas przed robieniem rzeczy, które mogą nas narazić na wielkie niebezpieczeństwo. Ale uważam, że nie możemy pozwolić, aby był wystarczająco duży, aby nas sparaliżował. Problem polega na tym, że czasami trudno jest znaleźć tą granicę. To musimy codziennie ćwiczyć.
Właśnie tak!!!
Exatamente, Cá, ser feliz hoje!
Obrigada, tia 🙂 é isso mesmo! Com o que somos, com o que temos, no lugar e tempo em que estamos <3