Quarta carta
Sinto saudades imensas de você, de toda a rotina que tínhamos juntas: o café da manhã apressado, a patrulha pelos prédios antigos da cidade e as noites no Solar do Barão. Eu sei, eu estava sempre muito ocupada, entre trabalho e estudos, mas você sempre me surpreendia com um encontro para um cafezinho, uma ida a um concerto ou a uma nova exposição. Você me apresentou a tantas pessoas maravilhosas que se tornaram amigos para toda a vida. Vou lembrar para sempre dos festivais de teatro e, em especial, daquele Natal em que nevou no Paço e que a Lua desceu até a Terra. Depois da mudança, no começo foi muito difícil ficar longe de você. Nós tínhamos nossos lugares prediletos, os percursos tantas vezes repetidos que desenhavam nas suas ruas um mapa cheio de linhas, pontos e cruzamentos, como se fossem constelações no céu. Aqui, novos caminhos me levam a criar novas constelações. Mas, de certa forma, todas elas me lembram sempre de você. Fique bem, Curitiba, minha querida terra das araucárias.
Com muitas saudades, Ca
PS: logo estou indo te visitar!
(da série Apaixone-se por uma cidade)
Ca Amatti é arquiteta restauradora, apaixonada pelos edifícios antigos, por viagens e artes gráficas. Tem saudades do futuro, mas ama os vestígios do tempo no mundo. Atualmente reside em Varsóvia, protegendo velhos palácios e monumentos dos efeitos devastadores do tempo e do esquecimento.
Piękne zdjęcie Cami 🙂 Co to jest?
Dziękuję bardzo <3 na zdjęciu jest kawałek pokazu/teatru ulicznego zorganizowanego przez miasto Kurytyby z okazji święto Bożego Narodzenia w grudniu. W tamtym roku był nadzwyczajnie piękne, bo używali sztuczne śnieg, a także ogromny i bardzo realistyczny nadmuchiwany księżyc. Atmosfera pełna magii!!
Czuć tą niesamowitą magię ze zdjęcia. Wiem jak bardzo tęsknisz za Swoim Miastem i za rodziną. Cieszę się, że będziesz mogła Ich niedługo zobaczyć. Ściskam Cię bardzo, bardzo mocno:):)
Cami, imagino como foi emocionante para você escrever esta carta. Derramei lágrimas enquanto li, sentindo cada caminho, cada encontro, e até a tua respiração ao caminhar pelas ruas a cada manhã. Muito linda!
Own mamã querida, muito obrigada! Realmente algumas cidades marcam as nossas vidas de forma indelével. Enquanto estava escrevendo lembrei de tantas coisas… até de como a gente achava o máximo quando você e o pai iam para Curitiba e a gente ficava esperando ansiosamente pelo mclanche feliz rsrs… A Curitiba mágica da infância 🙂
Cazinha, que carta emocionante! Muito me comoveu relembrar a neve no Paço e a Lua na Terra. Também não posso deixar de mencionar a incrível poesia que sentimos nessas linhas… principalmente ao olhar a cidade como uma constelação estelar que descobrimos e criamos ao longo do tempo. Genial!
Gigi querida, muito obrigada! Muito de Curitiba descobrimos e exploramos juntas, tantos cafés, chás, derrubada de muros – é uma cidade cheia de pistas e lugares para a nossa memória. É como se cada pedacinho da cidade por onde andamos tantas vezes acabasse guardando no final um pouquinho de nós…
A cidade que nos habita e um pouco da gente que permanece escondido nas ruelas da cidade… amei!! <3
Esta carta me faz ter saudades de Curitiba, mesmo morando aqui.
Alguém entende isso? poderia me explicar?…
Paulo, que comentário lindo e poético! Obrigada 🙂 Acho que é possível sim, às vezes a gente sente saudades do que já passou, às vezes são saudades do futuro, às vezes são saudades de como a gente se sentiu em um determinado lugar… Afinal, a percepção que temos de uma cidade muda junto com a gente, com a nossa rotina, com os caminhos que percorremos. Mas o nosso coração vai sempre voltar para aqueles lugares encantados da nossa memória.