“É a estação mais intensa:
gelada, branca e cinzenta
fria, desfolhada e rabugenta.
É a estação mais paradoxal.
Enquanto o frio
enregela mãos e pés
e assusta a todos
que caminham pelas ruas,
o coração pulsa fogo
dentro da gente.
Inverno é
verdade desfolhada.
Lembra-nos
da imensidão que é
estar vivo
ontem, hoje e amanhã,
aqui e agora.
Cada nuance é valorizada:
…o vento gélido que bate no rosto
e nos acorda pela manhã,
…o calor de uma xícara de chá
que se transporta para nossas mãos,
…a leitura de um bom livro
enquanto enrolada nos cobertores,
… um abraço quentinho
que aquece o coração,
alivia o peso do mundo
dos nossos ombros
e inspira a alma.
Inverno é poderoso
em sua melancolia.
Lembra-nos
da vida que pulsa
embaixo da pele
(e das camadas de roupa).
Lembra-nos
de que conhecemos
nossa verdadeira força
nas intempéries e turbulências.
Lembra-nos
de que a semente
espera com resiliência
o fim do degelo
e a chegada da próxima estação,
de outros ciclos,
novos tempos.
Gigi Eco
Winter
“It is the most intense season:
cold, white and gray
cold, leafless and grumpy.
It is the most paradoxical season.
While the cold
freezes hands and feet
and it scares everyone
who walk the streets,
the heart beats fire
inside us.
Winter is
leafless truth.
Remind us
of the immensity that is
to be alive
yesterday, today and tomorrow
here and now.
Each nuance is valued:
…the icy wind that strikes the face
and wake us up in the morning,
…the heat of a cup of tea
which is carried to our hands,
…reading a good book
while wrapped in blankets,
…a warm hug
which warms the heart,
lightens the weight of the world
of our shoulders
and inspires the soul.
Winter is powerful
in its melancholy.
Remind us
of life that pulsates
under the skin
(and the layers of clothing).
Remind us
that we know
our true strength
in bad weather and turbulence.
Remind us
that the seed
waits with resilience
the end of the thaw
and the arrival of the next season,
of other cycles,
new times.
Gigi Eco