Céu encantado polonês – parte 2
O outono
As árvores polonesas, especialmente na época em que visitávamos o país (fim de setembro e início de outubro), são especiais. De um amarelo vibrante. É o outono dourado polonês. Vimos muitas delas na estrada. Conhecemos também as ruínas do castelo do rei Casimiro, cidade com uma praça cheia de estátuas vivas. Tomamos o primeiro café polonês, cáffa.
Próxima parada: Lublin. Leste da Polônia. Cidade onde nasceu João Winiarski. O centro histórico é charmoso. Ruelas antigas de pedra. Restaurantes. Um teatro antigo. Uma ponte – único acesso para o castelo. As mesmas vias. Os mesmos caminhos pelos quais meu bisavô andava 90 anos atrás.
Também visitamos o Museu de Concentração de Majdank. São cinco toneladas de cinzas humanas em um grande monte, o que equivale a 400 mil vítimas. A Polônia é assim: em meio ao dourado e à alegria surgem as marcas cinzentas da guerra.
Auschwitz. É só avistar o portão com a inscrição alemã Arbeit macht frei, que significa ‘o trabalho liberta’, e um arrepio percorre todo o corpo. Uma névoa cinzenta teima em permanecer no local. O tempo não apaga o passado. Auschwitz é carregado de sangue. Morte. Loucura. Sempre será.
Vemos como o povo polonês é forte quando seguimos para outras cidades e observamos o quanto lutaram para preservar seus costumes e a memória de seus antepassados. Um exemplo é a cidade de águas medicinais – Iwonicz Zdrój. As termas são uma das mais antigas da Polônia. Segundo a lenda da cidade, uma vaca doente se curou quando caiu nessas águas. No verão, há concertos musicais todos os dias no parque. O maior patrimônio da cidade é um carvalho de 100 anos.