Asas do Desejo
O filme emociona por sua beleza.
A beleza do cotidiano que se esconde dos nossos olhos apressados.
Sabem o que é mais lindo? Como os anjos se impressionam com as pequenas sutilezas da vida humana. Um contador de histórias. O gosto do café. O frio… e como o ato de esfregar as mãos rapidamente para esquentá-las é delicioso. Os sorrisos e marotices das crianças. A história. A história única e irremediável de cada ser humano. Os pequenos e grande momentos que fazem de cada história uma Grande história.
Os anjos acompanham séculos e séculos da história do homem, sem preocuparem-se com o Tempo. A eternidade transforma-os em telespectadores. Apenas acompanham. Apenas velam as almas humanas. Damiel repensa sua condição divina ao admirar os pequenos detalhes do cotidiano. O anjo vê condição humana com olhos brilhantes, praticamente infantis. É como se ele falasse: “Cada dia na Terra é como uma folha em branco. Todas as possibilidades se abrem diante de nossos olhos. Há poesia em cada cena. Em cada momento”.
Win Wenders nos mostra que é preciso maravilhar-se com a poesia da vida.
Confira o trailer:
PS: O filme também conta com a participação de Nick Cave and the Bad Seeds, o que dá uma boa ideia do cenário musical na década de 1980.
PS2: Em 1993 Win Wenders lançou a continuação de Asas do Desejo: Tão Longe, Tão Perto (In weiter Ferne, so nah!). Assim que eu assistir, comento aqui no blog!