A lenda de Verona
O que é mais intrigante sobre as lendas é que nunca se sabe o quanto é ficção… e o que de verdade permanece. As famílias Dal Cappello e Montéquio residiram de fato em Verona. Segundo as irmãs Friedman, no livro Istoria della Città di Verona, de Girolamo dalla Corte, aparece a descrição do túmulo herege presente na cripta da capela dos Frades Menores Franciscanos. A tumba enfrentou a Segunda Guerra Mundial, com a função de estação de controle de rádio. Com o filme Romeu e Julieta, de George Cukor (1936), o governo de Verona notou o potencial turístico da tumba de Julieta e dos demais locais associados à lenda. Ettore Solimani passou a administrar a cripta e modificar o cenário, a fim de parecer mais cinematográfico.
A cidade de Verona respira a lenda do casal. É possível conhecer a casa da família Capuleto (e da heroína Julieta), dos Montéquio e a tumba de Julieta. O que levou as irmãs Friedman a pesquisar sobre Julieta e seu Romeu? A viajar até Verona, procurar documentos e fotos antigas? Um fato curioso: milhares de cartas chegam até Verona todos os anos – são correspondências de todos os cantos do mundo. O destino: Julieta, Verona. Todas tratam do mesmo assunto: o amor. Os correspondentes buscam conselhos, sugestões e palavras da grande heroína, Julieta Capuleto. Nenhuma carta fica sem resposta. Há mais de setenta anos voluntários mantêm viva a lenda de Julieta e respondem a todas as correspondências. A atividade iniciou com poucas pessoas, que muitas vezes respondiam as cartas no período de folga do trabalho. Hoje o Club di Giulietta cuida das correspondências. O grupo de voluntários responde as cartas de diversos idiomas.
Sacada da casa de Julieta (ela não fazia parte da casa original, foi colocada por causa do conto, da lenda e do “clima cinematográfico”)
"Seis propostas para o próximo milênio", de Italo Calvino:
"… podemos encontrar em Shakespeare o que há de mais rico […] E não estou pensando apenas em Puck e em toda a fantasmagoria do Sonho de uma Noite de Verão, ou em Ariel em em todos aqueles que 'area such stuff / As dreams are made on' [são dessa mesma substância de que são feitos os sonhos], mas sobretudo naquela específica modulação lírica e existencial que permite contemplar o próprio drama como se visto do exterior, e dissolvê-lo em melancólica ironia."
ecco, mia cara! você precisa me emprestar esse livro… shakespeare sempre é tão atual em suas comédias e tragédias… fala do homem, independente do tempo e do lugar.