Nossas aventuras na cidade paranaense de Castro superaram qualquer expectativa. A Capital Nacional do Leite, que fica às margens do rio Iapó, foi fundada em 1778 e possui em torno de 71 mil habitantes. Situada na região dos Campos Gerais, era parte do caminho dos tropeiros que realizavam o percurso de Viamão até Sorocaba. Castro inclusive foi capital paranaense em 1894, durante a Revolução Federalista, pelo período de três meses. Juntamente com os índios e africanos que já habitavam o território, a cidade recebeu um grande fluxo de imigrantes ao longo do seu desenvolvimento, como poloneses, alemães, italianos, holandeses, russos, ucranianos, árabes e japoneses. Estávamos ansiosos para conhecer uma cidade com tanta história e belezas naturais!
Iniciamos essa jornada no começo de uma tarde de sábado, em agosto/2019. O dia estava ensolarado e agradável. Logo após o almoço, saímos de Ponta Grossa em direção à Castro e percorremos aproximadamente 42 km pela rodovia PR-151. Para melhor proveito e otimização do tempo, sugerimos ir de carro, pois apesar da cidade ser pequena, as atrações são afastadas para serem percorridas a pé. Não avaliamos a conveniência e disponibilidade do serviço de Uber, portanto não podemos opinar a esse respeito.
Venha com a gente conhecer um pouquinho dessa cidade encantadora!
PRIMEIRA PARADA: Morro do Cristo
No alto do morro, temos uma bela vista do Parque Lacustre, além de uma visão geral do município de Castro. O monumento aparenta uma réplica menor do Cristo Redentor do Rio de Janeiro, mas tão lindo quanto. Não conseguimos entender como um ponto turístico tão fascinante como esse é tão pouco divulgado e explorado. É uma verdadeira joia encravada no interior do Paraná.
Cristo Redentor do município de Castro
Vista do Parque Lacustre a partir do Morro do Cristo
SEGUNDA PARADA: Parque Lacustre
Em seguida, descemos com o carro em direção ao belo Parque Municipal Prefeito Dr. Ronie Cardoso, conhecido como Parque Lacustre. São espaços e parques planejados como esse que às vezes sentimos falta em Ponta Grossa. O parque é totalmente plano, bem arborizado, sendo que os lagos ao seu redor modelam o contorno do espaço para caminhada. Ideal para passear e relaxar com a família ou em um encontro romântico. Uma dica é não deixar de atravessar a ponte situada logo na entrada do parque e caminhar pela pequena trilha. Nós escolhemos um lugar para sentar e adoramos ficar contemplando o lago e a harmonia do local. Talvez harmonia seja a palavra que melhor descreve o Parque Lacustre.
Harmonia no Parque Lacustre
TERCEIRA PARADA: Prainha do Rio Iapó
O Parque Balneário Dr. Libânio Estanislau Cardoso, conhecido como Prainha do Rio Iapó, fica no perímetro urbano da cidade. Foi construído nas margens do Rio Iapó. Conta com uma boa estrutura, inclusive com locais para piquenique, espaço para churrasqueiras e uma ponte de ferro que permite atravessar a pé para o outro lado do rio. É de uma natureza magnífica! Ao chegar no local, resolvemos sentar nas margens do rio e apreciar a correnteza das águas. Refletimos como a cidade de Castro consegue fazer muito com tão pouco. Nem sempre é necessário uma mega estrutura e pesados investimentos para tornar um local atrativo e bem cuidado. A passagem por esse parque, tão pouco conhecido por quem não é da região, nos revela que a felicidade da vida reside na simplicidade. Após atravessarmos a ponte de ferro que interliga as margens do Rio Iapó, saímos de lá renovados em meio a tanto romantismo, e com a sensação de que a felicidade está escondida nas pequenezas cotidianas da natureza, justamente naqueles lugares que poucos dão valor ou param para contemplar.
Explorando a Prainha do Rio Iapó com Gigi Eco
QUARTA PARADA: Centro Cultural Castrolanda
Localizado na Colônia Castrolanda, ali sentimos a riqueza cultural que os imigrantes holandeses proporcionaram para a região. O moinho no local é o 8º maior do mundo (sendo o maior do Brasil) e é possível percorrê-lo por dentro, subindo até o topo. Ele tem 37 metros de altura e a envergadura de suas pás é de 26 metros. É uma réplica do moinho Woldzigt, localizado na província holandesa de Drenthe, região de onde vieram muitos imigrantes que passaram a viver em Castro. O local abriga um museu em seu interior, repleto de relíquias e história dos antigos imigrantes e possui cerca de quatro andares.
Nós somos fascinados por esse tipo de atração, em que é possível adentrar numa linda construção e explorar seus mistérios e peculiaridades. Estar no topo do moinho foi muito divertido e tudo isso sem precisar sair do Brasil. A visão no topo é especial. Na parte de baixo do moinho, há uma cafeteria espaçosa, a Estação Café de Molen, que fez nos sentir imersos em um ambiente tipicamente holandês. Não almoçamos no local e naquele momento era aproximadamente 17:00, mas a atendente informou que os almoços são buffet livre, por um preço de R$ 40,00 e ocorrem somente aos finais de semana. Achamos interessante o custo-benefício e precisamos retornar para avaliar a qualidade e variedade da culinária.
O moinho de Castrolanda é um dos maiores moinhos do mundo
Assistir ao pôr do sol no local é uma experiência mágica
QUINTA PARADA: Praça ao redor do Hotel Borgen
E como gostamos de percorrer lugares pouco explorados ou divulgados, estendemos nosso passeio pelo interior de Castrolanda. De repente, avistamos uma linda praça (sem nome oficial), onde está situado o hotel Borgen. Está numa distância de apenas dois quarteirões do moinho, localizada na Rua Holanda e na continuação da Rua Paraná. De fato, não encontramos qualquer site recomendando um passeio por essa praça maravilhosa, a única referência comentada é a do próprio hotel.
Essa praça tem um formato circular e é bem arborizada. No período que visitamos, estava repleta de cerejeiras. Havia algumas crianças brincando no local. O mais fascinante foi a sensação de estarmos num ambiente com ar europeu (por conta da sua calmaria e vegetação), misturado com um toque de subúrbio americano, pois a praça é rodeada por enormes casas com belos jardins, semelhante ao que vemos nos filmes americanos. Ficamos com vontade de algum dia nos hospedarmos no hotel Borgen, só para ter a sensação de acordar nesse ambiente deslumbrante.
Esses cenários pitorescos, em meio a natureza e pouco explorados, remetem a uma sensação de mistério, conferindo uma leveza incomensurável para nosso estado de espírito e uma paz interior inexplicável. Ficamos contemplando o local por apenas 15 minutos, mas o suficiente para nos deixar encantados e com as energias renovadas.
Conhecendo lugares pouco explorados de Castrolanda com Gigi Eco
Por fim, havia anoitecido e retornamos para Ponta Grossa, extremamente felizes e agradecidos pelo dia místico e romântico que tivemos. Já queremos voltar para explorar mais lugares dessa cidade encantadora, especialmente para realizar um tour pelo centro histórico e pelos museus, que não pudemos explorar no roteiro do dia. Como principal aprendizado de nosso tour em Castro, descobrimos que não é preciso de muito ou viagens caras para conhecermos lugares fascinantes. O ser humano tende a supervalorizar viagens de grife e distantes (e não há nada de errado nisso), mas a falha está em não perceber que o paraíso também pode ser encontrado ao nosso lado, na nossa própria região, nosso próprio estado, nosso próprio país.
Foi emocionante relembrar de nossas aventuras em Castro, Lê. Durante a leitura, me senti como se estivesse revisitando esses lugares mágicos que conhecemos juntos. Parabéns pelo texto!
É verdade, Gi!! Os caminhos que percorremos nesse pedacinho da Holanda no Brasil foram tão fascinantes, que sentia necessidade de deixar esses momentos registrado na memória do blog!! Obrigado por tudo, vc foi fundamental na construção dessa história!
Muito bom teu texto, Leandro! Me senti convidada a rever estes lugares!
Obrigado! Castro é mesmo deslumbrante!! Pretendemos voltar em breve e vc está convidada a explorar esse lugar maravilhoso com a gente!