Sobre mudanças
Você já parou para pensar em quantas vezes durante sua vida você mudou de casa? De cidade? De país? Nesse texto, convido vocês a uma reflexão sobre o impacto das mudanças em nossas vidas e seus desdobramentos interiores. No início de maio, visitamos um museu extremamente interessante em Varsóvia – o Centro de Ciências Copérnico (Centrum Nauki Kopernik). O museu conta com uma exposição voltada principalmente para os fenômenos físicos. Mas uma parte curiosamente é voltada para aspectos comportamentais e psicológicos. Nessa área, uma parte da exposição trata do tema das migrações. Mostra como elas são uma constante no mundo, especialmente na nossa era globalizada. Um dos expositores interativos nos convida a criar o mapa das nossas migrações pessoais.
Meu mapa apresentou várias linhas cruzando o Atlântico e alguns deslocamentos menores no sul do Brasil e na Polônia. Lembro como fiquei pensativa ao ver esse mapa, vendo a minha vida nessas linhas, que ligavam pontos próximos e distantes, cada linha representando uma mudança. Não só uma mudança física, mas também uma mudança de vida, o início de um ciclo: a primeira vez que saí de casa para estudar em Curitiba e morar sozinha, a primeira vez morando em um outro país. Estava lembrando desse mapa, pois há duas semanas me mudei novamente, dessa vez dentro da mesma cidade, na área sul de Varsóvia.
Todo o processo físico dessa última mudança me fez refletir bastante. Nós morávamos em um apartamento pequeno, achávamos que tínhamos poucas coisas e que em poucas viagens faríamos toda a mudança sozinhos. Mas estávamos enganados. Não imaginávamos que havíamos acumulado tantas coisas em tão pouco tempo. (Minha mudança do Brasil para Varsóvia veio em apenas algumas poucas malas!)
A partir dessa constatação, decidimos fazer um amplo processo de faxina e desapego. E para nos inspirar nesse processo, buscamos conhecer o método de Marie Kondo de organização. Kondo ficou mundialmente famosa pelo seu livro A Mágica da Arrumação – A Arte Japonesa de Colocar Ordem na Sua Casa e na Sua Vida e também pela série Ordem na Casa com Marie Kondo que se tornou um sucesso do Netflix.
Uma das coisas que mais me chamaram a atenção no método é como ao trabalhar com a organização dos objetos e do ambiente em que vivemos também trabalhamos os fluxos energéticos em nossa casa e, consequentemente, nosso próprio bem estar. Uma das partes mais fundamentais do método de Kondo é segurar cada objeto durante a organização e se perguntar se esse objeto nos traz alegria. Se ao tocá-lo sentimos essa centelha de felicidade interior pelas memórias e pela energia que ele nos traz, é um sinal de que vale a pena mantê-lo em nossa vida. Se não, é hora de agradecer pelo tempo que passou conosco e deixá-lo partir.
Sempre fui muito apegada às coisas – cartas antigas, bilhetes de cinema e museus, fitas, folhas secas, penas, pedras, potes de vidro… Talvez seja algo ligado à minha profissão como arquiteta conservadora. Ou talvez seja algo que tenha me levado a ela – esse amor pelos objetos, livros e edifícios antigos, sempre repletos de tantas histórias, tantas lembranças afetivas, como se fossem depositários de um pedaço da nossa vida.
Com as idas e vindas entre Brasil – Polônia, confesso que melhorei muito. Mas deixar as coisas irem ainda é algo difícil e que busco exercitar continuamente. Com as mudanças sou forçada a praticar com toda a intensidade e sem as desculpas que criamos na correria do dia-a-dia. Se há algo que aprendi com as mudanças, é que a gente precisa de muito pouco para viver e ser feliz. E que quanto mais coisas temos, mais trabalhoso é para mantê-las, organizá-las e, eventualmente, transportá-las.
Quando fazemos uma faxina e deixamos ir aquilo que já não faz mais sentido em nossa vida estamos criando espaços para que novos ciclos se iniciem, novas lembranças sejam criadas. Sabe aquele armário que você nem lembra mais o que tem dentro? Que tal tirar o pó das velhas lembranças, renovar as energias, criar um espaço que atenda às suas necessidade presentes? Se você já passou ou está passando por um processo de mudança não deixe de compartilhar conosco a sua experiência aqui nos comentários. Vamos ficar muito felizes de saber!
To prawda Cami, nadmiar rzeczy może przytłaczać.
Zmiana mieszkania, remont w domu czy nawet tylko większe, dokładne porządki sprawiają,
że czuć od razu większą przestrzeń wokół i lżej jest oddychać.
Dla mnie porządkowanie to też sposób na stres – kiedy coś mi leży na sercu, zaczynam robić porządki.
Ale też warto zachować wspomnienia w rzeczach bliskich sercu.
🙂
Pięknie napisałaś, że szczegółowe porządki dają nam poczucie większej przestrzeni. Myślę, że chodzi nie tylko o przestrzeń w domu ale również o przestrzeń wewnętrzną – ta lekkość w duszy dają nam więcej przestrzeni na kreatywność i nowe pozytywne emocje.
Este texto é muito inspirador, Cami! Nada como uma mudança de residência para obrigar, de certa forma, a fazer este processo de arrumação. Você, Cami, sempre nos dando lições de coragem frente aos desafios da vida!
Mamã, querida! Dizem que precisamos transformar os desafios em oportunidades, não é mesmo? Sei que ainda tenho umas caixas pendentes no Brasil para adotar o método Kondo, mas aos poucos vou arrumando. Obrigada por estar sempre nos acompanhando por aqui <3 Você é nossa inspiração sempre!