Finados
As pessoas caminhavam
pelas ruelas do cemitério.
Celebravam a memória de seus entes queridos.
Caminhavam sobre os mortos
lembrando de que um pouco delas também já partiu
com aqueles que já não estão mais aqui.
As pessoas caminhavam
pelas ruelas do cemitério.
Admiravam as rosas
na lápide de meu avô.
Tão vermelhas. Tão intensas.
Uma contradição
bem ali
diante de meus olhos.
Tanta vida,
incapaz de preencher
tamanha ausência.
Música. Velas. Orações. Flores.
A gente celebra para não esquecer.
Para lembrar daqueles que partiram,
mas que inspiraram nossas vidas
e deixaram marcas
que iremos carregar para sempre na alma
até que nossa jornada nesse planeta azul
também chegue ao final.
As pessoas caminhavam
pelas ruelas do cemitério.
Admiravam as rosas
na lápide de meu avô.
Tão vermelhas. Tão intensas.
Uma contradição que nos lembra
Onde há morte, certa vez houve vida.
Aconteceu o milagre
bem ali
diante de meus olhos.
Giovana Montes Celinski
Day of the Dead
People walked
through the streets of the cemetery.
They celebrated the memory of their loved ones.
They walked on the dead
remembering that some of themselves have already left
with those who are no longer here.
People walked
through the streets of the cemetery.
They admired the roses
on my grandfather’s tombstone.
So red. So intense.
A contradiction
right there
before my eyes.
So much life,
unable to fill
such absence.
Music. Candles. Prayers. Flowers.
We celebrate not to forget.
To remember those who left,
but that inspired our lives
and left marks
that we will carry forever in our soul
until our journey on this blue planet
also reach the end.
People walked
through the streets of the cemetery.
They admired the roses
on my grandfather’s tombstone.
So red. So intense.
A contradiction that reminds us
Where there is death, once there was life.
The miracle happened
right there
before my eyes.
Giovana Montes Celinski