Crônica sobre como não procrastinar em tempos de tormenta
O concurso público se aproximava e eu não conseguia estudar nem mais uma linha. O sol batia na janela e me distraía. Eu pensava: “Como a vida às vezes parece chata”.
Eu sei que isso é uma questão de perspectiva, mas a situação toda me levou a uma procrastinação aparentemente inocente. Passei a procurar passagens aéreas para lugares distantes. Achei que seria bom fugir da minha situação atual por alguns instantes, principalmente para mergulhar em alguma viagem imaginária.
Aí eu lembrei do porquê eu gosto tanto do filme Meia-noite em Paris, do Woody Allen. A história mostra que a gente sempre acha que a Idade de Ouro nunca é a nossa época.
“Bom seria viver em Paris nos anos 20”, diria o personagem principal do filme do Woody.
“A vida vai se ajeitar só se a gente mudar de país” ou “vou ficar feliz quando trocar de casa e/ou carro”, diz muita gente por aí.
O filme do Woody é tão incrível por nos ensinar essa grande lição: o presente é assim – insatisfatório -, porque a vida é insatisfatória.
A gente nunca sabe o que nos espera. E a gente nunca vive momentos exatamente como foram planejados.
E todo esse mistério que nos cerca é tão extraordinário!
Mas acordar para essa imprevisibilidade louca que é a vida só acontece quando nós paramos de procrastinar.
Dar-se conta dessa força avassaladora que é a existência do homem dentro do universo exige da gente o aceite de nossa situação atual.
Precisamos abraçar o presente. Precisamos encarar de frente nossa posição no mundo. Porque a vida não pára. A vida é agora.
Giovana Montes Celinski
PS: Acho melhor eu sair do blog e voltar a estudar!