Au revoir, baby!

Dois grandes amigos estão de mudança para outro país nessa terça-feira. Sábado foi o dia da despedida. De desejar boa viagem. De abraçar apertado. De começar a sentir a saudade que se instala no peito.
Mas eu prefiro desconsiderar esse ato como uma despedida. Em 2006, em uma viagem de estudos no Norte da Itália, o professor Fontana finalizou sua fala no último dia de curso com essa nova perspectiva: não se trata de uma despedida. E sim um arrivederci. Ou, adequando ao contexto de meus amigos queridos, a despedida se transforma em um au revoir. O momento assume um ar um (pouquinho) mais leve, um até breve, um logo nos veremos novamente.
Clarice Lispector e Exupèry sempre me vêm nessas situações. Não me canso de pensar que as pessoas partem com a sensação de tesouro escondido sob a terra. Deixamos um pouco de nós mesmos para trás a cada mudança, durante todo o percurso de nossa vida. Se formos pensar, esses tesouros escondidos viram ramificações de nossa história, são os plots secundários (aqueles pequenos núcleos narrativos que acabam sempre cruzando com a história principal).
E, quando olhamos para trás após partir, só o que vemos é um rastro de estrelas. Porque no fim é isso: we are stardust.
Bon Voyage, mes amis!
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Written by Gigi Eco
Gigi Eco ama aprender e faz muitas coisas ao mesmo tempo - é jornalista, fotógrafa, professora, rata de biblioteca e musicista por acidente. Ama viajar e é viciada em chás. É a escritora oficial dos cartões de Natal da família. É Doutora em Comunicação e Linguagens pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) e atualmente trabalha no seu primeiro livro de poesias.